2 de set. de 2011

Um Sono


Espero que toda noite seja pouca, que teus braços de mulher sejam mais altos que as estrelas que ninguém relatou.

Preciso que meus versos cantem temas sinceros, de um modo submisso, feito um escravo decorrente do espaço onde há quadros, tintas e vexames. Preciso, agora mais do que antes, de um parágrafo inovado, tecido por mãos sinceras. Preciso doutorar a fase da justiça, tatuada no coração dos mais fracos. Cessei com a água das crenças, mergulhei num fundo pântano. De lá extraí vozes moles, seres afobados no costume, placas inacabadas e a fórmula da poesia não descoberta. Trouxe uma pá para compor um conto. Isto será um conto na minha eternidade. Acredito sinceramente que a psicologia não apoiará um reles homem que quer desenterrar alguém que durma no imutável escuro, detrás da cortina das horas. Para isso há uma pá.

Passa o dia. Chegou a vez dos cabelos, o corpo espera o toque das mãos conhecidas (geralmente são calorosas as mãos que conhecemos). De repente, um montante de vozes ripostam o absurdo pelo lado de fora do meu apartamento:

_ É o amor do caos no pé do ouvido.

Por um momento caio no sono. E ainda não durmo.

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